A hipnose é transversal ao ser humano. As suas manifestações ocorrem na vida diária sem que a maioria das pessoas disso se aperceba.

Quando vemos um filme e estamos realmente a gostar daquilo que vemos, emocionamo-nos com as cenas desse filme. Podemos até rir, chorar, ficar revoltados ou alegres com determinadas cenas. A frequência cardíaca pode aumentar, o ritmo respiratório reduzir, ou ainda ocorrer sudorese nas mãos, consoante aquilo que estejamos a ver.

Nesses momentos em que a nossa atenção está completamente focada nas cenas do filme (sugestões verbais, visuais, auditivas, cinestésicas, subliminares), respondemos-lhes segundo a nossa imaginação, segundo o conteúdo das próprias cenas e de acordo com o nosso processo de socialização, com as nossas crenças e valores, e com as nossas experiências passadas. Na realidade, estamos sob o efeito da hipnose.

No decorrer do filme e das cenas que nos são mostradas, o nosso juízo crítico não está a analisar qual a resolução da imagem, se as imagens têm efeitos especiais ou se outras pessoas à nossa volta estão a conversar. Não ficamos a pensar que é apenas uma história, pelo contrário: envolvemo-nos no enredo, nas cenas que desfilam perante o nosso olhar, sentimo-las com os nossos sentidos e muitas vezes deixamos de ouvir o que se passa à nossa volta: um ruído estranho, alguém que nos chama, ou o telefone que toca.

Quando estamos interessados na leitura de um determinado livro, reagimos emocionalmente às descrições das situações interessantes sem estarmos a analisar criticamente o tamanho das letras, a ortografia ou falhas na impressão. Desse modo limitamos a nossa atenção visual ao conteúdo do que estamos a ler e entramos em auto-hipnose.

Quando uma pessoa está a aprender a dançar, presta atenção ao compasso musical , tem em atenção a posição do seu corpo, olha para os pés para saber onde os posicionar. Enfim, procura seguir o professor ou o par. Essa fase pode ser comparada às sugestões que o terapeuta faculta ao paciente durante o tratamento através de Hipnose. Posteriormente quando a pessoa já sabe dançar, simplesmente ouve a música, deixa-a entrar pelo seu corpo e dança automaticamente. Analogamente, corresponde ao tratamento bem sucedido através de Hipnose, quando, por exemplo, o paciente reprogramou o seu modo de se alimentar para se tornar é permanecer elegante; quando, por meio de Hipnose, ultrapassou a ansiedade de performance em exames ou eliminou uma fobia.

No consultório, a indução formal ou relaxamento profundo é feito para obtê-la no momento desejado e com as especificidades de cada paciente. O objectivo é trabalhar as dificuldades específicas de cada pessoa com vista a promover o seu equilíbrio, a cura ou melhoria significativa dos sintomas com que lutam no dia a dia.